Uma flor e outras coisas simples
olhando à sua volta observou: fala-me do silêncio das coisas
quinta-feira, maio 27, 2010
domingo, maio 09, 2010
Um momento de Graça
quarta-feira, fevereiro 24, 2010
sábado, fevereiro 06, 2010
Amo-te
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Amo-te.
Sei que amanhã, ou depois, poderás
não estar aqui. E sei que eu poderei
não estar aqui também.
Mas ainda assim amo-te.
É dentro da vulnerabilidade que construo
o amor, como um castelo na areia
que se deixa ser levado pelo mar.
Não te poderia amar se soubesse
que amanhã estarás aqui, que o verde das montanhas
ser-me-á oferecido uma vez mais.
Não. Não te poderia amar se ignorasse que em qualquer
momento o teu abraço pode ser o último
e as palavras que me deixas um adeus.
Amo-te porque sei que não me pertences
e o único laço que nos une é a liberdade.
Amo-te porque não sei o amanhã, porque na minha
vulnerabilidade todas as coisas são possíveis,
nenhuma é ignorada. E assim como a flor renasce
no pólen que cede, também eu renasço contigo
em cada gesto de amor.
Amo-te.
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sexta-feira, janeiro 29, 2010
quinta-feira, janeiro 28, 2010
Preconceito
preconceito:
terça-feira, janeiro 26, 2010
Couve
I
sábado, janeiro 23, 2010
quarta-feira, janeiro 06, 2010
domingo, dezembro 27, 2009
segunda-feira, dezembro 07, 2009
quarta-feira, outubro 28, 2009
domingo, setembro 13, 2009
Borboleta
a borboleta
também ela na montra -
a que preço?
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terça-feira, setembro 08, 2009
quinta-feira, setembro 03, 2009
Folha Velha
segunda-feira, agosto 31, 2009
Valência I
sábado, agosto 22, 2009
Viagem
parto em viagem
e nas malas nao cabem
estas searas
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Nota: os "tiles" parecem ser inexistentes nos teclados espanhois!Perdon.
segunda-feira, agosto 17, 2009
Praia da Granja
Alegrou-me olhar as pessoas que passavam, talvez porque pressentisse que estavam bem a caminhar. O meu olhar recaiu porém sobre quatro velhos que corriam com um saco na mão à procura de algo. De um lado para o outro, chegaram onde queriam. Sentaram-se lado a lado, a alguns metros do mar. Retiraram depois do saco uma enorme melancia que lhes trouxe algum sossego. Partiram-na em silêncio e comeram.
os quatro velhos
calaram-se de súbito
a comer a melancia
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segunda-feira, agosto 10, 2009
quarta-feira, agosto 05, 2009
Haiku em viagem
chega a luz
também a esta formiga
no caule da flor
.
neste trilho
caminham monges
e gafanhotos
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terça-feira, julho 21, 2009
quinta-feira, julho 09, 2009
quarta-feira, julho 01, 2009
Uma luz que ...
sexta-feira, junho 26, 2009
Sankai Juku
Fotografias de Christa Cowrie
ver mais imagens aqui
Sakai Juku: Grupo contemporâneo japonês de dança butoh.
sábado, junho 06, 2009
Dia da criança
dia da criança:
também os velhos
riem sem dentes
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domingo, maio 31, 2009
domingo, maio 24, 2009
terça-feira, maio 19, 2009
domingo, maio 17, 2009
terça-feira, maio 12, 2009
Noite de Maio
Caminho devagar, entre uma chuva quase imperceptível e alguns caracóis. Há caracóis em todo o passeio. Grandes, pequenos e mais pequenos. A pouca luz delimita cada um dos meus passos. Está escuro, estou eu e os caracóis.
caminho devagar-
afinal não são todos iguais
os caracóis
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quarta-feira, maio 06, 2009
terça-feira, abril 28, 2009
domingo, abril 26, 2009
Butho - estudos em dança
Na minha dança eu nunca me preocupei em saber se o que eu criava era ou não era Butoh, só pensava em fazer algo bom. Entretanto, nunca estive satisfeito com a minha dança. Eu danço movido por um sentimento de gratidão. O que me interessa é que o Homem, com este corpo tão pequeno, contém todos os elementos do Universo dentro de si. Para mim, se eu não puder dançar esse homem, se não houver essa forma de dançar, não haverá sentido em dançar.
quinta-feira, abril 23, 2009
A primeira palavra
O processo de criação poética mostrava-se porém doloroso. Procurar as palavras, num ofício de paciência, reinventar emoções, lugares... uma quase arqueologia das palavras e dos sentires.
Escrever desta forma assumia em mim um traço de sofrimento que creio não ser necessário. O haiku, na sua estética simples e de uma brevidade não presunçosa, emergiu então como uma outra perspectiva da escrita, do belo...
"Deixei" a poesia, pelo menos nas características que nos são mais familiares, e investi na microscópica visão do haiku.
Mas ainda me invade por vezes a vontade de escrever poesia. Às vezes resisto, ao sentir qualquer emaranhado de palavras, fecho o caderno e guardo-o de novo na estante. Não quero escrever.
Outras vezes há em que não posso fazer nada e uns versos surgem inevitavelmente nas folhas brancas do meu caderno. O poema que agora partilho surgiu assim... entre a resistência em escrever e uma vontade de fazer poesia. A primeira palavra é então o desafio que recoloco a mim...
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lanço a primeira palavra -
um rumor de searas
a tremer nos dedos.
a primeira palavra -
o peso demasiado leve
demasiado pesado
do húmus da terra.
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