Acredito que todos chegamos a uma altura das nossas vidas onde uma aspiração simples e consciente emana do nosso interior, reclamando sensatez e humildade a cada passo.
Não é perfeição, é plenitude de ser, sendo apenas...
Foi o que senti quando li esta bonita prece:
Que eu tenha serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para modificar aquelas que podem ser mudadas e sabedoria para conseguir reconhecer a diferença que existe entre elas.
Hoje, enfrentamos muitos problemas. Alguns criados por nós em conseqüência de diferenças ideológicas, religiosas, raciais, económicas. Entretanto, chegou o momento de pensarmos em um nível mais profundo, em nível humano, e a partir daí apreciar e respeitar essa mesma condição nos outros seres humanos. Devemos construir relacionamentos mais próximos, de confiança mútua, compreensão e ajuda. Todos queremos a felicidade e evitar o sofrimento. Todos temos o mesmo direito de ser felizes, e aí reside a nossa igualdade fundamental. Não é necessário seguir filosofias complicadas. Nosso próprio cérebro, nosso próprio coração é o nosso templo. A filosofia é a bondade.
Na década de 60, num regime de repressão, soavam algumas músicas que procuravam fazer ouvir as injustiças caladas em Portugal.
Uma dessas vozes, como sabemos, foi a de José Afonso, o Zeca. Hoje, ao ouvir a música "vejam bem", de 1967, percebo como ela se adapta à actualidade do povo tibetano, na sua luta pelos direitos mais elementares,violados e silenciados pelo governo chinês.
Dedico assim esta música, interpretada por Telma Silva, ao povo tibetano, na esperença que a sua voz seja ouvida - Vejam bem...