quarta-feira, novembro 08, 2006

saudação à Terra



acolhes-me no teu ventre e dás-me vida.

entre o viver e o morrer estás tu.

sem mais além,

sem mais aquém,

neste silêncio.


sinto o teu rosto tecer a minha pele.

terra.

alimento dos vivos e dos mortos,

a tua fala é a imortalidade dos que te ouvem.

terra.

a minha pulsação.

e quando o teu olhar, de gesto suave,

se fechar no meu,

nesse instante,

devolvo o que nunca me pertenceu,

retorno ao teu aconchego

em plenitude e reconhecimento.

morro da minha ilusão.

sou daterra

e sou terra também.


coração que bate ainda ao morrer-me.


Daterra


2 Comments:

At 08 novembro, 2006, Anonymous Anónimo said...

o poema mais bonito que já passou pela tua escrita :)

 
At 08 novembro, 2006, Blogger Daterra said...

muito obrigado amiga.
A vida presenteia-nos desta forma...com sentimentos de entrega...
assim vivo!

 

Enviar um comentário

<< Home