segunda-feira, agosto 21, 2006

segredo I

Sento-me sobre as raízes desta árvore

e sinto que também nela há algo de mim,

como se dizer "nós" fosse já estranho.

Sento-me e penso em todos os poemas da vida.

De facto, os poemas são um bom refúgio para

mim que sou desajeitado com os certos e

os errados.

Se pudesse dizer o que sinto por momentos,

quando me esqueço de tudo o que me fizeram crer,

diria a todos que com tudo se faz amor, que em tudo

mora a mesma plenitude.

Se pudesse falar ainda um pouco mais, ainda diria que

mais vale a loucura aos dias contados, que a vida deve

ser bebida como se nunca antes provada.

E as coisas que por aí dizem os que sabem,

são apenas mentiras de brincar.

Ah

mas eu quero cantar a vida sem medo da loucura,

por isso sento-me sobre as raízes desta árvore e sei

que ela me fala dos segredos das coisas, como se num

sussurro, ensina-me a viver apenas.

Daterra


1 Comments:

At 08 outubro, 2007, Anonymous Anónimo said...

Amigo, durante esta viagem estive lendo o livro A Escada em Espiral, de Karen Armstrong, e muitas vezes lembrei-me de ti, e nesta passagem em especial:

Deve ser assim que a vida humana funciona. Quem ama sua vida a perderá; quem perde sua vida a salvará. Esse não é um comando arbitrário de Deus, mas simplesmente uma lei da condição humana. Quem faz o bem sem olhar a quem e sem esperar nada em troca de algum modo será recompensado -- ainda que de outra forma.

Um abraço bom.

 

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